segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Relicário

É de lembrar a doce tarde alada
Despetalando em rosais de bruma
E o sorriso da mulher amada
A quem passei noites amando em suma.

E de lembrar sua leveza nívia,
O mesmo aroma dessa tarde triste -
É teu perfume, minha rara orquídia
Que na paisagem belamente existe.

Não é possível esquecer a tarde
Na sua augusta mornidão bravia,
No horizante resplandece e arde

Até que a morte enfim lhe retalia
E outra essência pelo céu invade -
É de lembrar-te outra vez, Maria.

Alexandre Machado Márquez

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