Aspiro um poema inquebrantável,
Liberto de modelos pressupostos,
Rebelde aos deveres justapostos,
Procuro um soneto mais amável.
Eu quero menos forma, mais ideia
Retendo uma melhor respiração;
Sorvendo a nova vida que se estreia
Perante os olhos cegos da razão.
Eu quero ser mais puro e verdadeiro,
Sair-me de uma só vez dessa aflição,
Mas sempre que te escrevo eu me rodeio
Da mais desnecessária precisão.
Espero inquietamente com anseio
A voz de alvará nessa prisão.
Alexandre Machado Márquez