quinta-feira, 28 de abril de 2011

Habeas Corpus

Aspiro um poema inquebrantável,
Liberto de modelos pressupostos,
Rebelde aos deveres justapostos,
Procuro um soneto mais amável.

Eu quero menos forma, mais ideia
Retendo uma melhor respiração;
Sorvendo a nova vida que se estreia
Perante os olhos cegos da razão.

Eu quero ser mais puro e verdadeiro,
Sair-me de uma só vez dessa aflição,
Mas sempre que te escrevo eu me rodeio

Da mais desnecessária precisão.
Espero inquietamente com anseio
A voz de alvará nessa prisão.

Alexandre Machado Márquez