domingo, 31 de julho de 2011

Moinho de Vento

Quero sofrer sem ter que ser sofrido,
Primeiro ser saudade depois partir saudoso.
Quero fugir sem ter que ser banido,
Sem ter que ser bandido roubar a liberdade.

Quero seguir sem nunca ser partido,
Ser sempre recebido em braços calorosos.
Eu quero ser amor com todos os sentidos,
Sem curso definido, eu quero a liberdade.

Quero ser amante de um nunca esquecido,
Dormir abençoado em seio amoroso
E assim envelhecer sem ser envelhecido,
Em berços bardos bravos, beber da liberdade.

Alexandre Machado Márquez

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Quando o Amor me diz Adeus

Porque te amei de corpo inteiro,
Só me restou te dar meu sangue.
E a saudade aurora assome
Um doce sonho derradeiro.

E nesse brio findo de brilhos
Fui um pungente entardecer.
Cedo me dei a enlouquecer
Com o amor e seus delírios.

Mas eu te amei de alma toda,
Só me restou não ser mais teu.
Agora cai de gota em gota

O que sobrou dos sonhos meus.
O que ficou de angústia rouca:
Até o Amor dizer Adeus.


Alexandre Machado Marques

terça-feira, 5 de julho de 2011

Barca da Ilusão do Amor Perdido

Corre alucinada sombra sobra,
Cobre de silêncio a chama em cinzas,
Parte melancólica nas horas:
Barca da ilusão de todas as sinas.

Breve sonho doce de uma quimera,
Vaga aos teus espectros patronos
Sempre sob um véu que o esmera:
Barca da ilusão dos desenganos.

Noite destemida em ares Maias!
Quantas maravilhas se perderam,
Quantos não morreram nas batalhas:
Barca da ilusão dos mil segredos?

Longe ao horizonte o mar te cobre,
Todos os teus risos iludidos!
Estes reprimidos de alma nobre:
Barca da ilusão dos desvalidos.

Logo outro sonho morre em paz,
Segue o seu destino merecido,
Vai viver sangrando em tristes ais:
Barca da ilusão do amor perdido.


Alexandre Machado Márquez