Às vezes me sinto num mundo distante,
Nos ventos alísios dos bons temporais,
Nas flores mais raras, na brisa da tarde,
Num sonho celeste, sereno e vivaz.
Em tudo que olho me sinto presente;
Nos seres, nas pedras, nos gazes, nos sais.
Me sinto mulher com um filho em seu ventre,
Meu sangue é ardente, febril e tenaz.
Às vezes me sinto um astro errante,
Um ex-militante em tempos de paz,
Me sinto mais leve, mais novo que antes,
Mais perto dos anjos, do Cristo e do Pai,
Eu quero ficar nesse mar de brilhantes,
E assim caminhar, vivendo bem mais.
Alexandre Machado Márquez.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Meditação
Pareço passar por estranhos momentos,
Não sei me explicar esses dias banais.
Banis são as noites de gim e veneno,
Me sinto perdido em mil vendavais.
Eu vivo sonhando prazeres terrenos,
Vislumbres remotos, canções imorais!
De que nos valemos se tempo é momento,
A vida é pequena de sermos mortais?
Pareço passar por infernos insones,
Desertos insanos delongos demais.
Queria voar aos Olímpios distantes,
Andar pelos montes até nunca mais.
Mas sou condenado a ser Ser humano -
Só sinto o que o falta e não vejo o que jaz.
Alexandre Machado Márquez
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Carrossel
Chuva dos botões de Rosa,
Prosas com âmbar de mel,
Pétalas vermelhas coras,
Lépidos colores véus.
Brisa dos aromas doces,
Valsa em Ré menor, Ravel,
Lívido clarão de amores
Brilhas em florões, babel.
Faça-me, portanto, Rosa!
Leve-me em teu mar e céu,
Nesse mais profundo sonho,
Rosa que perfuma os campos,
Vem desabrochar solene
Nesse eterno carrossel.
Alexandre Machado Márquez
Prosas com âmbar de mel,
Pétalas vermelhas coras,
Lépidos colores véus.
Brisa dos aromas doces,
Valsa em Ré menor, Ravel,
Lívido clarão de amores
Brilhas em florões, babel.
Faça-me, portanto, Rosa!
Leve-me em teu mar e céu,
Nesse mais profundo sonho,
Rosa que perfuma os campos,
Vem desabrochar solene
Nesse eterno carrossel.
Alexandre Machado Márquez
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